terça-feira, 15 de junho de 2010

O ETERNO tal do amor . . .


Há quem diga que nunca, pra sempre, eterno, são grandezas desproporcionais à realidade cotidiana. O que eu digo é que o cotidiano, cada dia mais, sufoca as grandezas de real importância em nossas vidas. Quem se preocupa em viver segundos de intenso prazer, já que hoje o segundo custa caro...
Verdade é que o “eterno” existe sim, mas custa muito caro. Além disso, carregar algo que será sempre e pra sempre, pesa demais, e quem irá querer carregar algo além de seus próprios fardos?! Já não são bastantes “as dores e delícias de ser quem se é?!”, parafraseando Clarisse...
O imperialismo do ego reina, e esse tal de ego é o precursor do EGOísmo... Dito também primo do individualismo.
Ser por si só auto-suficiente não mais é questão a ser pensada, tornou-se obrigatoriedade para aqueles que decidem ter um futuro dito promissor. Mas ser sozinho também não é um preço caro demais pra alguém. A natureza do animal é coletiva, sexuada, reprodutora, promíscua (no sentido bíblico)... pois deveria eu me contentar em ser frio e triste, cinza e úmido como a maior parte dos paulistanos, que nem se entreolham?!
Mas lutar por amor sozinho, não é lutar por amor. Amor é coisa pra dois... que me perdoe a tia Rita Lee... sexo é dois sim, mas amor de um só não é amor... é solidão.
Solidão essa que consome a energia da gente sem dó, como o amor consome, invade, aconchega e fim.
Não sou mágoa dos amores que vivi; dos verdadeiros, tenho a alegria e a dor, o peso e a força de carregá-los em mim, SEMPRE e PRA SEMPRE . . .
Um dia a necessidade de se sentir amado passa, o que nunca passa é a lembrança de quão intenso foi o que se sentiu, o que se viveu, o quanto se arriscou... e de tudo, na verdade, que mesmo querendo muito... QUE NÃO SE ARREPENDEU.
E com essa percepção, notar surgir um sorriso seguido de singela lágrima... água essa bem igual a de um soro caseiro, misto das doçuras e tristezas que a lembrança de amar trazem com ela. Mais açúcar do que sal; o que se percebe, é que nem todo sabor derretido do açúcar, tira a força e a secura do sal...
E isso... Ahhhh! Isso é o amor... que nos hidrata na medida... sem muito sabor e sem muita secura. Porque não pede licença pra entrar:
- INVADE E FIM!

Dos meus amores colecionados, os verdadeiros, são brasas que mesmo pequeninas, não deixam se apagar nunca. Elas que garantem o calor e a força de novas paixões...
A vocês que amei de corpo e alma, meu muito obrigado... Não me deixarão ser frio e úmido...
Carregarei vocês para sempre...
ETERNO,
TODO O SEMPRE,
Amor que eu senti...

(Hoje não me sinto mais só... tenho meu pensamentos comigo, a me carregar e me fazer companhia, me lavando pra Deus sabe aonde, mas com a certeza de, passado muito tempo, poder finalmente ouví-los...)

FIM