sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Te espero

Os dias que se seguem serão de tormenta, tempestade, fúria e vendaval...

Tudo aquilo que me é errôneo a priori me será testado, questionado e posto à prova.

Nos dias que se seguem, terei de ser cego, surdo e mudo. Praticamente um robô. Não sentirei, não amarei, não desejarei.
E tudo isso terá de soar feliz, sem dor e verdadeiro.
Controverso à vontade de ser livre, e contrário a tudo que mais prezo, esses dias que seguem serão decisivos.
Arrancarei das entranhas da carne e d'alma tua existência, já tão parte de mim quanto minhas próprias mãos.
Que sentimento é esse?
Quanta destruição...
Quanto pesar, penar e dor.
Amargor...
Se queres ir, pois então vá.
Mas não encontrarás outra vez porta a berta... sequer porta existirá.

Me mato ao te matar, mas renasço sem ti.

Mais de mim em mim mesmo...

Mais do meu IN-FINITO particular.

Só eu sei. Só eu sinto. Só eu calculo estequiometricamente tudo o que vou fazer...

Só eu consigo colocar à prova toda a frieza de anos de amor intenso sendo ferozmente descartado.

Vivo do EGOísmo de ser eu mesmo.

Sobrevivo com as feridas dos golpes que levei.

Se decidi uma vez mais me jogar do abismo por instantes de paixão, foi porque o sabor ácido da queda me satisfaz muito mais do que o sabor doce do mel do amor puro.

Entretanto, não se consegue viver na acidez; sendo assim, os sabores se completam.

Meu ódio inexistente pelos outros, e tão latente pela minha existência é meu câncer de amanhã.

E eu vivo à espera deste câncer.

Eu sei como tudo termina, e acreditem, vale a pena cada segundo de insanidade.

Inda que a morte não seja o fim, o desfecho desta existência é predestinado.

Indefinidos são meus movimentos e a velocidade do meu pensamento, e de como posso ir de Xangai a Bogotá em milésimos de segundos.

Eu estou na velocidade da luz, no olho do furacão, nas gotas mais grossas da tempestade.

Intempérie sou eu.

Se arrisca?!

Te espero

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Só hoje ...

Só hoje eu não dormirei inebriado de teu doce sorriso
Apenas por esta noite calarei a paixão e ouvirei os berros da razão
Hoje eu decidi te descer do pedestal, te tirar do altar, parar de te endeusar
Não, hoje eu vou dar asas a teus erros, e não os impedirei de te fazerem cair

Eu tão pouco hoje pretendo desculpar-me das minhas razões tão sábias em mim, tão ininteligentes para ti
Nem pretendo atenuar minha austeridade quase européia com tuas sempre cabíveis explicações
Ora, deixe disso!
Pare! Te cale! Viva mais, muito mais... fale cada vez menos, do que sente
Se é que sente
Sente-se e sinta
Sinta-se pois então, e sente-se

Espere que a vida demonstre por si só que és
Não se afirme para mim
Tua voz não me é audível
Não te gosto porque falas
Gosto-te então por existir-te

Me canso de se eu mesmo
Mas estou condenado a uma existência na forma de mim mesmo
Então me ponho a me tolerar
E venho fazendo-o com sucesso

Te gosto
E como gosto
Mas me amoleces o coração em rápidas agulhadas
Penetraste fundo nas estranhas ressecadas e amarguradas de mim
És puro, doce, sutil

Em bora não mais virgem da carne
Ainda virgem n'alma
E eu penetro grosseiramente nesta alma
Quase que numa forma de estupro
Pro teu bem
Para que acordes por quem te bem quer
Antes do susto de quem te desgosta

Amo-te
E apenas isso resta para findar-me nestas linhas sem nexo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Trecho "O Pequeno Principe"
C A T I V A R

(Trecho de "O Pequeno Príncipe" - de Saint-Exupéry)

Bom dia, disse ele.

—Bom dia, disseram as rosas.
— Quem sois ? perguntou o príncipe
— Somos rosas.

— Ah! exclamou o principezinho...

E ele sentiu-se extremamente infeliz. Sua flor lhe havia contado que ela era a única de sua espécie em todo o universo.

E eis que haviam cinco mil, igualzinhas, num só jardim!

Depois refletiu ainda:

"Eu me julgava rico de uma flor sem igual,

e é apenas uma rosa comum que eu possuo...

Isso não faz de mim um príncipe muito grande...

" E, deitado na relva ele chorou.

Foi então que apareceu a raposa:

—Bom dia, disse a raposa.
— Bom dia, respondeu polidamente o principezinho.
— Quem és tu? Tu és bem bonita...
— Sou uma raposa, disse a raposa.
— Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste.

— Eu não posso brincar contigo, disse ela. Não me cativaram ainda

—Que quer dizer "cativar" ?
— É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
— Criar laços ?

—Tu és ainda para mim um garoto igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se
tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim ÚNICO no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
E a raposa continuou:
— Minha vida é monótona. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.

Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música.

E depois, olha!

Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil.

Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!

Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado.

O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti.

E eu amarei o barulho do vento no trigo...

— Por favor... cativa-me! - disse a raposa.

— Bem quisera, disse o principezinho. Mas tenho pouco tempo

e amigos a descobrir e coisas a conhecer.

— A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.

Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma.

Compram tudo pronto na lojas.

Mas como não existem lojas de amigos, eles não têm mais amigos.

Se tu queres um amigo, cativa-me !

— Que é preciso fazer ?

— É preciso ser paciente. Sentarás primeiro longe. Eu te olharei e tu não dirás nada.

A linguagem é fonte de mal-entendidos.

Mas cada dia sentarás mais perto... E virás sempre na mesma hora.

Se tu vens às 4, desde às 3 eu começarei a ser feliz.

Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.

Às 4 horas, então, eu estarei inquieta e agitada:

descobrirei o preço da felicidade.

Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de

preparar o coração...

Assim, o principezinho cativou a raposa.

Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

— Ah! Eu vou chorar.

— A culpa é tua, disse o principezinho. Eu não queria te fazer mal,

mas tu quiseste que eu te cativasse...

— Quis.

— Mas tu vais chorar !

— Vou.

—Então não sais lucrando nada!

—Eu lucro, por causa da cor do trigo.

—Vais rever as rosas e volta. Tu compreenderás que a tua é ÚNICA no mundo.

E ele disse às rosas:

— Vós não sois iguais à minha rosa, vós não sois nada.

— Ninguém vos cativou e nem cativastes ninguém.

—Sois como era a minha raposa, mas eu fiz dela um amigo.

—Agora ela é ÚNICA no mundo.

—Sois belas, mas vazias... A minha rosa sozinha é mais importante que vós todas.

—Foi dela que eu cuidei, ela é a minha rosa!

—Adeus, disse ele.

— Adeus, disse a raposa.

—Eis o meu segredo: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.


‎" Entenda sempre que não há barreiras ao sentimento incondicional; uma vez dita, a frase " Tú, te tornas ETERNAMENTE responsável por aquilo que cativas ", nem distância, nem prosa ou verso, nem o ressentimento mais voraz é capaz de sobrepujar a vontade de que tudo dê certo para quem se cativou. "

ETERNAMENTE meu pequeno príncipe! Estou com você, esteja onde estiver.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Someone Like You - Adele

"I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
Guess she gave you things I didn't give to you

Old friend, why are you so shy?
Ain't like you to hold back or hide from the light
I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it

I had hoped you'd see my face
And that you'd be reminded
That for me it isn't over

[Chorus]
Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you two
Don't forget me, I beg
I remember you said:
"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"

Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead, yeah

You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summer haze
Bound by the surprise of our glory days

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight
I had hoped you'd see my face
And that you'd be reminded
That for me it isn't over

[Chorus]

Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes, they're memories made
Who would have known how bitter-sweet
This would taste?

Nevermind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you two
Don't forget me, I beg
I remember you said:
"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"

[Chorus]

Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead, yeah"


***Bay the way, I´ll keep moving on...

domingo, 4 de setembro de 2011

24



Eu posso me desculpar das grosserias que fiz; da falta de paciência...
Posso me desculpar da ausência, ou da distância proposital das coisas e das pessoas...
Devo ainda me desculpar pelos excessos e síncopes.
Vou me desculpar por não ter ocupação, por não descobrir ainda minha vocação...
Quero me desculpar das desculpas que dei, do orgulho que impus, e das vezes que não soube ouvir...
Poderia até dizer que peço desculpas pelas inconveniências, pelos gastos, pelo comodismo...
Desculpas pelos amores-furacões, que me envolvi e que de uma forma ou de outra mexeram com a vida de todos.
Irei aqui, me desculpar pela frieza que adquiri em relação a todas as coisas e pessoas...
Pelas vezes que mesmo na contra-mão, fiz minhas opções e não voltei atrás, e por vezes até deveria ter voltado.
Por causar por diversas vezes, desgosto da ilusão de perfeição ou retidão de minha pessoa...
De mesmo tendo de ser exemplar, ser muitas vezes o exemplo de como não se ser...
De tantas coisas que nem mesmo o muro das lamentações bastaria.
Mas, tenho algo além a dizer neste dia:
NÃO ME DESCULPO DE SER EU MESMO;
DE CAMINHAR PELAS ESTRADAS QUE DECIDI TRILHAR;
DE SER QUEM EU EU SOU,
NEM DE FAZER AS ESCOLHAS QUE FAÇO.
NÃO TENHO PORQUE DESCULPAR-ME DE SER EU MESMO...
INFINITO E PERDIDO NA IMENSIDÃO DE MIM...
MAS É ESSA A MINHA BUSCA: POR QUEM EU SOU, DE ONDE VIM, PRA QUE VIM E PARA ONDE VOU.
SÓ SEI QUE DE UM MODO LOUCO, E MUITO PARTICULAR, AS COISAS SE ENCAIXAM...
SÃO 24 ANOS DE LUTA, DE QUEDAS E DE GLÓRIAS...
MAS, ACIMA DE TUDO, 24 ANOS DE LUTA, E DE UM ESFORÇO INFINDÁVEL NA BUSCA INSANA DE, ACERTANDO OU NÃO, VIVER E SER FELIZ!
E EU SOU FELIZ... MAS DE UM MODO INTERNO, ILÓGICO, INSANO, INFINITO E PARTICULAR.
TENHO ORGULHO DO QUE E DE QUEM SOU...
SÃO 24 ANOS, NÃO 10, NEM 40, MUITO MENOS 100, MAS COM CERTEZA SÃO 24 ANOS DE PURA ESSÊNCIA...
ESTOU NO CAMINHO CERTO, EU SEI, EU SINTO...
E VOU CONTINUAR A CAMINHAR!
QUE A LUZ MAIOR ME ACOMPANHE COMO SEMPRE, E QUE OS AMADOS ORIXÁS SE COMPADEÇAM DESTE HUMILDE SERVO, QUE DORAVANTE, SE PROSTRA A UM SERVIÇO DE ORDEM MAIOR...
ORGULHO DA MISSÃO, DAS NAÇÕES QUE ME RECEBERAM, E DE TUDO QUE ESTÁ POR VIR...

24 ANOS!

PARABÉNS PARA MIM!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

I Miss You blink - 182


Hello there, the angel from my nightmare
The shadow in the background of the morgue
The unsuspecting victim of darkness in the valley
We can live like Jack and Sally if we want
Where you can always find me
We`ll have Halloween on Christmas
And in the night we`ll wish this never ends
We`ll wish this never ends

I miss you, I miss you, I miss you, I miss you

Where are you? And I`m so sorry
I cannot sleep, I cannot dream tonight
I need somebody and always
This sick strange darkness
Comes creeping on so haunting every time
And as I stared, I counted
Webs from all the spiders
Catching things and eating their insides
Like indecision to call you
And hear your voice of treason
Will you come home and stop this pain tonight
Stop this pain tonight

Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you, I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head (I miss you, I miss you)

Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Este é o tempo onde mais uma vez as palavras saem de mim como água que fui de uma torneira aberta, e escoa ralo a baixo tudo que puder consigo levar...

Esta é a vez em que tudo estar caindo, mesmo não sendo novidade, é tudo diferente: sem ópio, sem fuga, sem reza, sem nada. Sem falar, sem análise, sem amizade, sem colo, sem abraço, sem afeto...

E eis a questão, quase como Shakespeare, no "ser ou não ser", me indago a cada segundo: "o que me falta aprender"...

A dor já não dói como antes. Chorar, já não mais significar lavar o rosto com lágrimas. Carência já não é estranheza a ser sentida por dentro. Amar já não tem o menor sentido...
Esperar, fluir, ser, permanecer, acreditar, lutar e existir...

Porque não há mais espaço em mim para fugas, não há mais espaço para mentiras, nem pras pessoas, nem pra família, nem mesmo pra mim.

Esse limbo que eu ando habitando ultimamente, me faz ter a ligeira impressão, que a simples sucessão de fatos nos compromete em estar vivo, e que isso, por hora basta!

Basta acordar, basta comer, basta respirar... Igual a todo sempre, mas diferente de antes... Pois sim! Eis que apesar de tudo ainda como, ainda troco de roupa, por vezes faço a barba, tento rir, busco paz, e tenho certeza, de que em algum momentos, ou em vários, esse vazio seja preenchido por algo despretensioso, mas que me anime de certa forma a continuar vivo.

Ser melancólico não significa abster-me de ser feliz, hoje significa encarar as vias de fato. Não há verdade no meu dia-a-dia, se não for de acordo com uma certa política melancólica instaurada...

Tenho gostado de mim, mesmo deslocado, mesmo ausente, mesmo sendo esquecido, e relembrado, e as vezes até relido; como um livro de biblioteca que as vezes vem alguém que se interessa por dez páginas, sacode o pó, absorve o conteúdo e o esquece sobre a mesa...

Talvez seja eu como um livro; complexo demais pra ocupar uma constância na vida de alguém.
Talvez seja esse meu papel, estar com aqueles que precisam de mim em dado momento, e nos momentos em que eu precisar, que ao me olhar de fronte ao espelho, veja no meu reflexo a companhia que sou quando solicitado...

No mais, me resta apenas afirmar do desejo de meu real distanciamento com este mundo... se é que é possível maior distanciamento do que já existe em minh'alma.

É tão cruel com meus sentimentos me permitir planejar, e amar, e desejar, e me encontrar feliz... é rude e grosseiro com um coração que já tem suas fraquezas trazidas de sei lá onde...

Mas tudo vai passar... e logo, tão logo quanto o fim deste texto, chegará o meu momento de partir... E mesmo que isso demora cinquenta anos, seriam apenas segundos de minha vasta eternidade.

Porque eu sou, e sempre serei eterno em mim.